"É um marco transcendente na trajetória de João Ubaldo. E é um livro que já nasceu clássico" - Moacyr Scliar
João Ubaldo Ribeiro tinha 30 anos quando lançou Sargento Getúlio, em 1971. Era admirado pela crítica mas ainda pouco conhecido pelo público. Foi com este romance, ganhador do Prêmio Jabuti de 1972 na categoria "Revelação de Autor", que o escritor conquistou prestígio internacional e começou a ser reconhecido como um dos maiores autores de literatura em língua portuguesa, hoje traduzido em 12 países.
Ambientado no Nordeste dos anos 50, Sargento Getúlio narra a história de Getúlio Santos Bezerra, homem de confiança de um poderoso coronel de Sergipe, que precisa levar um preso político de Paulo Afonso até Aracaju. No meio do trajeto, uma reviravolta política faz com que as ordens se alterem: Getúlio não deve mais prosseguir com a missão. Desconfiado, determinado a cumprir à risca o serviço que lhe fora dado, o sargento parte em uma jornada que não terá outro destino a não ser o da violência e da morte.
Sargento Getúlio, um dos romances mais importantes da literatura brasileira no século XX, é inspirado em fatos reais que Manoel Ribeiro, chefe da Polícia Militar de Sergipe, contava ao filho João Ubaldo na infância. Quando o escritor era criança, um certo sargento Cavalcanti, baleado num atentado em Paulo Afonso, foi socorrido por seu pai e levado com vida até Aracaju. É este então o ponto de partida da obra que ganhou adaptação para o cinema em 1983, com direção de Hermano Penna e com Lima Duarte no papel principal.
Jornalista, escritor e argumentista brasileiro nascido a 23 de Janeiro de 1941, na Ilha de Itaparica, Bahía.
Estreou como jornalista em 1957 no Jornal da Bahia. Estudou Direito na Universidade Federal da Baía e, enquanto estudava, participou na edição de jornais e revistas e numa colectânea de contos editada pela universidade em 1961.
Em 1963, Ribeiro escreveu o seu primeiro romance, Setembro não faz sentido, que só foi publicado cinco anos mais tarde. Fez o mestrado em Administração Pública e Ciência Política, em 1964, na Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos da América, e, de 1965 a 1971, ingressa na Universidade Federal da Bahía como professor de Ciências Políticas.
Insatisfeito com a experiência, Ribeiro retoma a sua actividade como jornalista. Em 1971 publica o seu romance 'Sargento Getúlio', que foi alvo de produção cinematográfica em 1983. Viajou e viveu em vários lugares, entre eles em Portugal, em 1981, em consequência de uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian. Participou em vários eventos culturais no estrangeiro, como o Festival Internacional de Escritores (1982), no Canadá, e a Feira do Livro de Frankfurt (1994), na Alemanha. Professor catedrático na Universidade de Tubigem, na Alemanha, passou a fazer parte da Academia Brasileira de Letras em 1994.
Entre as várias obras do autor encontram-se os romances O sorriso do lagarto (1989), alvo da elaboração de uma série televisiva, A casa dos Budas Ditosos (1999) e Diário do Farol (2002), as crónicas Um brasileiro em Berlim (1995) e O Conselheiro Come (2000), e na literatura infanto-juvenil Vida e paixão de Pandomar, o cruel (1983).
Ribeiro venceu o prestigiado Prémio Camões em 2008.
This Brazilian book from 1971 (translated 1977) is filled with gratuitous violence and graphic language. A ‘Sergeant’ (police? army? -we are not told) is transporting a prisoner from the backlands of Northeast Brazil in for ‘questioning.’ Much of it seems like “hey let’s knock his teeth out and cut off one of his balls to see what happens.” The main character is proud of his killings – he says he’s killed about 20 men – he’s not sure exactly – and we read details of a dozen or so of those killings. I don't get the prologue that says "This is a tale of virtue."
The style is stream-of-consciousness – hardly any dialogue. Sometimes two full pages pass without a paragraph break or a comma, although periods are used.
So what is the value of this book and why a 3 rather than a 2 or so? According to the foreword by Jorge Amado, a giant of Brazilian literature, (Dona Flor and Her Two Husbands; Gabriela, Clove and Cinnamon) it’s a significant book, having won the Jabuti prize, which I gather is Brazil’s second level prize after the Prêmio Machado de Assis award.
Amado notes the book was written in in Brazilian Portuguese, not in imitation of continental Portuguese grammar, style and vocabulary. Thus it removed a kind of cultural alienation from the country’s own language. (Amazing to me this didn’t happen before 1971?)
The author (1941-2014) was famous in Brazil, writing several novels and short stories many of which were turned into movies and TV shows. He studied in the US at Southern California and the Iowa International Writers Workshop.
Although I didn’t like the book, I do have to say that it moved along and kept my attention and avoided the repletion I sometimes find in stream-of-consciousness works, So I gave it a 3.
Photo of Brazil's northeastern 'sertao' from shutterstock.com Photo of the author from es.brasil/247.com
دوستانِ گرانقدر، این داستان یکی از معروفترین نوشته هایِ <ژائو اوبالدو> میباشد و در موردِ گروهبانی خشن و بددهن و البته نترس و هفت تیر به دستیه، که ما این گروهبان را به نامِ <گُتولیو> یا <گُتِلیو> میشناسیم... گُتولیو، مأمورِ حکومت است و در بیابانهایِ خشک و پُر از کاکتوس به دنبالِ مجرم هاست.. البته این مجرم ها را حکومت به عنوانِ مجرم معرفی میکند و گروهبان نیز بخاطرِ خدا و حکومت، هم شکنجه میدهد و هم به قتل میرساند.. تعداد کسانی را که کشته نیز از دستش خارج شده است.. به نوعی ما را به یادِ شکنجه گر ها و قاتلانِ حکومتِ کشورمان می اندازد که بخاطرِ مذهب و جمهوری اسلامی، به هر جنایتی دست میزنند... او در داستان از خاطراتِ گذشته اش و نوع برخوردش با مجرمان و طرزِ کشتنِ آنها، سخن میگوید و بهتر است بگویم که گُتولیو بسیار پُرگویی میکند .. پُرگویی به نوعی که سرسام آور است گُتولیو به همراه همکارش آمارو، مأمور میشوند تا یک شورشی را به شهرِ آراکاخو برزیل منتقل کرده تا در آنجا دادگاهی شود در طولِ این سفر، بارها موردِ حمله قرار میگیرند بهتر است خودتان این داستان را بخوانید و از سرانجامِ این داستان و گروهبان گُتولیو، آگاه شوید --------------------------------------------- جملاتی از این کتاب
تو این دنیا، خیلی چیزهایِ خوب هست... ولی دستِ ما از اونها کوتاهه ***** اگه آدم بخواد كاری رو تموم كنه، نبايد حرف بزنه... اما اگه خيال نداشته باشه که کار تموم بشه، اون وقت میتونه دهنشو وا کنه و هرچی دلش میخواد بگه --------------------------------------------- امیدوارم این ریویو در جهتِ آشنایی با این کتاب، کافی و مفید بوده باشه <پیروز باشید و ایرانی>
„Tárció mondta mindig: én csak a likakat csinálom, aki gyilkol, az Isten.”
Lehet Más a Politika 2.0. Ha a Főnöknek baja van, akkor szól Getúlio őrmesternek. Getúlio férfi – akkora férfi, hogy talán kisebb országban el se férne, mint Brazília. Foglalkozására nézve hentes, aki emberi hússal dolgozik, de nyugodtan nevezhetjük verőlegénynek vagy bérgyilkosnak is, a lényeg, hogy a hatalom hű alkalmazottja, aki kínosan óvja magát a gondolatoktól. Vagy mondhatnánk, nem ő gondolja a saját gondolatait, hanem a Főnök gondolatait fogadja el saját gondolataiként. Kényes a becsületre, soha nem lőne le például hátulról senkit, de elölről nagyon szívesen. Elvárja, hogy aki férfi, állva akarjon meghalni, ne fekve, ülve vagy valami egyéb elpuhult testhelyzetben. Különben meg, ha már szóba került a halál: nem nagy ügy. Legalábbis a másé. No most ezt a Getúliót a Főnök elküldi, hogy hozzon el neki élve valami ellenzéki nagyszájút. Getúlio megy szíves örömest, nem szereti amúgy sem az ellenzéki nagyszájúakat. Fel is markolja az árut, gúzsba köti, aztán elindul vele keresztül Brazílián. Csakhogy közben megváltozott a politikai széljárás (mert a politikai széljárás már csak ilyen), és Getúlio útja hirtelen olyasvalamivé válik, aminek igazából nem is szabadott volna megtörténnie.
Így belegondolva ez egy akciófilm forgatókönyve. De Ribeiro nem így közelíti meg. Belső monológgal dolgozik, végig magát Getúliót halljuk, az ő brutális, félállati mormolását, dühkitöréseit, riasztó észjárását. Ez persze egyszerre sűrű és terhes dolog, akár a szöveg textúráját, akár a gondolkodásmód idegenségét nézzük. Ám akárhogy is: Ribeirónak elhiszem, hogy így működik egy hentes agya. Igen, beletesz engem egy hentes agyába, ezzel kényelmetlen, mégis tanulságos utazásra invitál. Azzal pedig, hogy ennek a hentesnek az emberi oldalát, motivációit és fájdalmát is megmutatja, nem késztet arra, hogy felmentsem Getúliót. Egyszerűen megértem, hogy ő is egy ember. De remélem, nem AZ ember. Mert akkor tényleg fussunk neki a kísérletnek egy másik fajjal.
شکار انسان نویسنده : خوئائو اوبالدو ریبیرو ترجمه : شادروان احمد گلشیری این رمان با نام اصلی " گروهبان گتیلیو " در ایران با نام " شکار انسان " منتشر شده . گروهبانی خشن و بیرحم مامور به دستگیری شخصی میشود و در اجرای ماموریتش از هر گونه جنایت و بیرحمی کوتاهی نمیکند. روایت داستان توسط گروهبان و به شکل زمزمه رویدادها با خودش است. این نوع روایت برایم تازگی داشت.
Eu costumo dizer que no Brasil há dois tipos de escritores: os regionalistas e Machado de Assis. Sempre tenho a impressão de que há muito tempo não falamos mais do homem enquanto ser biológico e cultural, falamos apenas do espaço e de como esse influencia naquele. Não buscamos mais descrever o ser humano como uma espécie conjunta, mas sim particularizado dentro de um universo próprio, como se o indivíduo fosse fruto somente do local e do tempo em que está inserido. Todos os livros importantes do último século foram assim: Os sertões, Vidas secas, Capitães de areia, A hora da estrela, Grande sertão: veredas, Romance d'a Pedra do Reino, Lavoura arcaica, Macunaíma... A lista é infinita. Às vezes me cansa um pouco o eterno personagem regional. MAS... quando leio algo como "Sargento Getúlio" e vejo a beleza daquela escrita oral, cheia de quebras e palavras inesperadas, sinto como se houvesse uma reinvenção da língua, e toda a minha crítica murcha e eu fico bem quietinho no meu canto e tudo parece fazer sentido. Esse livro é uma pequena obra-prima.
A narrative of diabolic intimacy, Sergeant Getúlio escorts us on a brutal journey through the badlands of Bahia, Brazil sometime in the previous century. The sergeant is military police delivering to justice an accused terrorist. Political intervention frees Getúlio’s prisoner, but the violent and creative, playful and somber Luciferian protagonist refuses to comply with this lawful yet unjust authority — and he becomes the outlaw! The novella’s epigraph states flat out, “This is a tale of virtue.” In apparent defiance of authorial intention, this stream of consciousness flames through us in a conflagration of horror billowing black humor. A tour-de-force of storytelling.
Muito surpreendente! O vocabulário (pelo que entendi parte nordestino de fato, parte próprio do autor) dificulta a compreensão no início, mas com o tempo você não só acostuma como passa a se sentir dentro da cabeça do nosso protagonista Getúlio. Achei uma das construções de profundidade mais interessantes que li.
Li algumas críticas gringas aqui resumindo o livro a uma violência sem propósito, do que eu discordo totalmente. De fato, acho que o trabalho de tradução pra essa obra deve ser um desafio imenso. É bom demais que João Ubaldo Ribeiro escreveu na minha língua materna. E, sim, é uma história de areté.
داستان روایت اول شخص هست و خب ممکنه در ابتدا قدری آسون به نظر نیاد خوندنش. اما اگر با طبع نویسنده های آمریکای لاتین ذهنتون آشنا باشه شیفته اش می شین. نمیشه ازترجمه گلشیری بزرگ هم نگفت که واقعا چشم نوازه.ای کاش دوستان مترجم حوزه لاتین همت کنن به جای ترجمه چندین و چند باره! از صد سال تنهایی... به سراغ آثار دیگر این نویسنده بروند. .
Um grande livro! Uma leitura feroz, violenta e seca como a caatinga onde é ambientada. Embora João Ubaldo se afilie nesta obra a um regionalismo já então a um bom tempo moribundo, demonstra vigor e profundo domínio da linguagem popular. Inspirado em fatos reais, em uma história contada por seu pai, Getulio é um serviçal de políticos regionais a quem uma missão é confiada. De repente a história muda de rumos e Getulio passa a ser um problema para os seus mandantes. O objetivo de cumprir a missão o leva então a viver uma epopeia cheia de passagens dramáticas e inusitadas, Quando escreveu este livro, Ubaldo já era autor respeitado, mas depois de "Sargento Getulio" definitivamente adentrou o Panteão dos grandes escritores brasileiros do século 20. Imperdível!
Gatulio is impressively bitter, able to make enemies of anything from village priests to weather, but his circular thinking—throwaway ultra-violent fantasies centred around his uncountable adversaries—eventually become more tedious than shocking. A deliciously depraved narrative that unfortunately suffers from a little claustrophobia in the second half.
Sergeant Getulio heeft de opdracht gekregen een politiek gevangene naar het huis van zijn baas te transporteren en die tocht doorheen het kurkdroge Braziliaanse platteland staat hier centraal. De roman is een kolkende woordenstroom vol verbaal en fysiek geweld die naar het einde toe uitmondt in een megalomaan hoofdpersonage dat uit zijn eigen voegen is gebarsten en ten onder gaat. Spijtig van de narratieve ellipsen hier en daar, al voegen die wel wat toe aan de chaos van het geheel. 4.5/5
'Er waren zoveel doden,' zei de pastoor, 'dat de gieren alleen maar hoge rangen vraten.'
"De dooien zijn erger dan een pompoenenplaag in dit land. Een dodenakker is het. Bah. Een dodenakker. Ik weet niet hoe ik het moet zeggen. Ik sta hier zelf als een stok, kan elk moment omvallen."
Leitura divertidíssima, que me arrancou boas risadas. Getúlio Santos Bezerra é, certamente, um dos personagens mais hilários da nossa literatura: exagerado, indômito, obstinado e, ao mesmo tempo, precário. A não percepção de suas próprias fraquezas ilustra bem o brasileiro. Os neologismos são um dos pontos altos do texto ubaldiano; a sessão de apelidos e pragas rogadas, um show à parte. Impossível manter quietas as bochechas. Muito recomendado!
Disliked: there is an annoying, self-important introduction by another brazillian author.. the fictional monologue of a brazillian death squad member transporting a prisoner. it has its moments of (dark) comedy and occasional beauty, but isn't very remarkable.
Ha nem félsz senkitől, akkor valószínű, hogy tőled félnek. Getúlió Santos Bezerra őrmester (akinek a neve egy verssor) is ilyen ember. Története kalandregénybe illő, egy politikai ellenfélért küldik el, akit el is fog, és elindul vele a bázisra, ám közben politikai fordulat következik be, és kellemetlenné válik a küldetése. De Getúliót nem olyan fából faragták, hogy ez visszarettentse. Ha ismerős lenne a sztori, akkor nem csoda, Belmondo is hasonló helyzetbe kerül A profiban. Igaz, a két főhős ég és föld. Getúlio őrmester a mintaalkalmazott, nem kérdez, csak végrehajtja, amit kérnek tőle. Akkor is, ha közben a küldetés értelmét vesztette. Persze Getúlio őrmesterrel van egy kis baj, egy junta kiszolgálója, amely bukni látszik, de Getúliót nem azért tartják, hogy gondolkozzon, hanem hogy végrehajtson, mint egy robot. Gondolkodásának horizontja odáig terjed, hogy van a főnök, aki a biztos pont a világegyetemben, ő mondja meg, mit kell tenni, vagyok én, és van az ellenség, akit – pardon, semmi személyes – el kell takarítani az útból.
Getúlio egy bunkó, és mi a narráció következtében jórészt ennek a bunkónak a fejében lakunk olvasás közben, akinek be nem áll a szája, a regény nagy része az ő gondolat folyama. Megismerjük létfilozófiáját, ami nem túl bonyolult, ő az igazi férfi mintaképe, aki csak az erő nyelvén ért, és aki ezt a nyelvet nem beszéli, azt eltapossa. Nem gonoszságból, hanem mert nála ez a világ rendje. Olvasás közben felrémlett Zoltán Gábor Orgiája, amiben hasonló szellemben követnek el embertelenségeket, igaz, Getúlio könyve talán kevésbé gyomorfogató. Az viszont látszik, hogy a hatalomért való küzdelem mindenhol kitermeli a maga végrehajtóit, léteznek ezek az emberek, csak arra várnak, hogy fegyvert adjanak a kezükbe, és megmutassák a célpontot.
Ha valamit a regény szemére lehet vetni, akkor az az, hogy a használt nyelv és a gondolatok néha túlságosan is kifinomultnak tűnnek ahhoz, hogy ennek az embernek a fejéből pattanhattak volna ki. És az is valószínűtlen, hogy ilyen keveset káromkodna őrmesterünk. Meg kell jegyezzem, hogy a borítón lévő festmény kitűnő választás volt, kár, hogy anno nem tartották fontosnak a forrást megjelölni a könyvben. Ez a könyv is újabb remek választás az antikváriumok olcsó polcáról.
Quem já leu o 'Grande Sertão Veredas' irá se lembrar de seu famoso "prólogo" , atoladouro de jargões regionais e experimentações narrativas, onde muitos leitores acabam ficando pelo caminho. Nesse caso já sabe o que esperar de 'Sargento Getúlio'.
A narrativa é feita pelo próprio Sargento, que conta sua jornada implacável para transportar um prisioneiro da Bahia até o Sergipe e sua revolta, uma vez que no meio da missão, uma reviravolta política faz com que as ordens de libertar o prisioneiro sejam encaradas com indignação e muita raiva.
João Ubaldo Ribeiro ecoa aqui as palavras de Guimarães Rosa, ao emular o 'Grande Sertão Veredas', com exceção da trama em si, nada se difere do clássico: narrativa inteiramente em primeira pessoa, linguagem oral onde pensamentos, monólogos e diálogos se misturam numa verdadeira sopa literária.
Além da linguagem, o sertão é um dos protagonistas, com suas paisagens inóspitas e inclementes, narradas sob o olhar singular do sertanejo, com costumes e crenças próprios e entremeadas aqui e ali por surtos de muita violência.
Um ponto importante onde 'Sargento Getúlio' difere de o grande sertão, é num retrato fidedígno do típico combatente sertanejo (jagunço, militar, cangaceiro, etc...): o cabra macho em essência, forjado pela intransigência do sistema em que vive, onde machismo e intolerância são doutrinas absolutas, e toda filosofia de vida é moldada pela força e pela austeridade das hierarquias, um bruto onde as convicções estão acima da própria vida.
João Ubaldo Ribeiro foi um dos grandes escritores do Brasil, embora não tão "idolatrado" quanto outros, faz frente a nomes como Jorge Amado e Guimarães Rosa. 'Sargento Getúlio' é uma de suas obras mais consagradas, sempre presente nas listas de obras regionalistas essenciais!
Ótimo livro, clássico, e vale muito a pena o trabalho que exige do leitor. Como retrato histórico e social de época e lugar, é impressionante. A figura do sargento Getúlio, um oficial da polícia que na prática mais parece membro de milícia, é a encarnação pura da violência e machismo do interior sergipano na virada do século.
O personal principal, no entanto, é tão obstinado e invencível que parece uma caricatura de super-herói. Dá para entender de onde vem essa imagem juvenil - a figura do sargento foi inspirada em um policial que João Ubaldo Ribeiro de fato conheceu menino, na cozinha da casa do pai, na Aracaju de 1900 e pouco, e esse olhar de criança impressionada transparece com clareza na obra. Mas é uma unidimensionalidade frustrante, pois elimina a chance de surpresas quando o personagem precisa tomar alguma decisão.
No fim das contas, talvez o ponto forte do livro esteja bem no que faz a leitura ser bem agarrada, principalmente no início: o vocabulário. A riqueza de palavras e expressões regionais é absurda, alucinante - difícil até saber se de fato todas elas existem ou se derivam também da liberdade poética do autor. Dá pra se divertir bastante tentando imaginar o que cada uma significa, já que nem o Google nem dicionário padrão dão conta.
A história tem uma oralidade nordestina, com uma linguagem caracteristicamente arcaica, barroca e lírica. Retirei um pequeno trecho apenas para exemplificar o realismo telúrico da época e definir o “cabra-macho” do personagem principal: “...O senhor já ouviu falar de meu nome, Getúlio Santos Bezerra, sou eu mesmo e quando eu dou risada pode todo mundo tremer e quando eu franzo a testa pode todo mundo tremer e se eu bater o pé no chão pode todo mundo correr e se eu assoprar na cara de um pode se encomendar. Sou curado de cobra e passo fome, passo frio e passo qualquer coisa e não pio e se me cortarem eu não pio. Durmo no chão, durmo em cama de vara, durmo em cama de couro, ou então não durmo e quem primeiro aparecer, primeiro quem atira sou eu e quando atiro não atiro nas pernas, atiro na cara ou atiro nos peitos e os buracos que eu faço às vezes é um em cima do outro e tem uma coisa: em Sergipe todo não tem melhor do que eu e se eu lhe digo que não tem um melhor do que eu em Sergipe, não vejo esse bom, estou lhe dizendo que não tem melhor no mundo, porque essa é uma terra macha e eu sou o macho dessa terra...”
Pada Sergeant Getulio saya percaya, bahwa sebengis apapun seseorang, akan ada sisi manusiawi yang tertanam pada dirinya. Bahwa ia sudah membunuh lebih dari 20 orang, belum terhitung pembataian pada suatu keluarga dan siksaan-siksaan ala macabre yang memualkan perut. Ia datang bagaikan sebagai iblis itu sendiri. Di tanah Bahia, Brazil, Senhor Getulio bersama dengan supirnya Amaro mengangkut seorang tahanan yang diduga sebagai pengkhianat bangsa agar dibawa dari Paulo Afonso menuju Barra dos Coqueiros. Dengan gaya naratif monolog kita dibawa menuju ke relung pikiran Pahlawan kita dalam perjalanannya. Hal yang paling menjengkalkan dari buku adalah bagaimana terkadang Sergeant Getulio mencampur adukan fantasi-fantasinya didalam penceritaan sehingga rada sulit untuk mencerna bualan-bualan tokoh utama kita.
Considero este livro uma joia brasileira pela riquesa com que João Ubaldo Ribeiro consegue escrever utilizando linguagem regionalista. Quanto a historia, uma oportunidade impar de ver o mundo com a visão de Getúlio Santos Bezerra, um homem do sertão que como ele próprio se descreve:
"Eu sou Getúlio Santos Bezerra e meu nome é um verso e meu avô era brabo e todo mundo na minha raça era brabo e minha mãe se chamava Justa e era braba e no sertão daqui não tem ninguém mais brabo do que eu, todas as coisas eu sou melhor"
Difícil criticar algo tão incensado por grandes autores da literatura brasileira. Todavia, o livro não me causou uma boa impressão. Uma narrativa violenta, repleta de regionalismos e linguagem regional arcaica. A impressão que se tem é de estar assistindo uma novela de época sobre o cangaço (mas é posterior, possivelmente nos anos 40 ou 50). Texto corrido, sem parágrafos ou vírgulas. Eu diria que talvez a narrativa impressione quem tem origens no nordeste brasileiro.
I am not sure I like this book. It is about the brutality of life, the lack of boundaries and the groping for identity of a brute of a man who also shows his vulnerability, but it is all a little too exaggerated? I get the attempt at the grotesque and the mythical, but still. I need to learn more about the author's intentions to see why ...
Finalmente acabei esse livro. Sinceramente o livro mais confuso e massante que eu já li, as únicas partes "boas" foram no final mas foram confusas do mesmo jeito, toda vez que parecia que vc tava entendendo a história vc virava a página e encontrava alguma coisa que não fazia sentido algum 🫥
não é quase clássico por permanecer se renovando linha por linha, mas pela grandeza desse movimento linguístico que é a prosa e a consciência sendo destrinchada na retumbante voz de Getúlio, que é absolutamente de uma distinta potência a ser construída e extremada até a epifania do si próprio, da grandeza de si próprio. fluxo estonteante, sanguinolento, virulento, frenético, e a voz sem cessar se apoderando de coragem numa reflexão da metamorfose que é percebida como a maior verdade que existe. é um fenômeno linguístico, e a habilidade de Ubaldo Ribeiro é inquestionável ao desenvolver uma narrativa tão crua de dentro do pensar para fora do pensar, um vislumbre do que pensa e de como pensa o homem, de como percebe o mundo. Getúlio é duro, impenetrável, fortificando sua autossuficiência a ponto da supremacia de si mesmo, da força inalienável que é parida e regenerada dentro de seu Eu - mas que, apesar de tudo, sucumbe ao silêncio, ao extermínio da palavra. é uma leitura densa e espinhosa, contudo demonstra-se poderosa quando o leitor opta por acompanhá-lo entremeio as ideias e visões e lembranças. é um empréstimo de consciência interessantíssimo, quase heróico, um bangue-bangue único e deveras brasileiro.
Mr. Ubaldo wanted to write like Guimarães Rosa so bad... The result is a very unpleasant read. Even if you grasp the intricate language, the story is not very rewarding. However, I still value Ubaldo's effort to present a portrait of the violent political landscape of Brazil's Northeast region.