Na Berlim dos anos 40, em plena Segunda Guerra Mundial, Franz Majowski esconde uma garrafa de champanhe no cofre do seu restaurante. Na década de 80, Lloyd Jenkins percorre o interior da América em busca de uma tarte de maçã.
Um relato ficcional e outro real. Dois contos que partiram de um convite da revista Granta e que formam agora um livro em dois capítulos que se cruzam na relação — simultaneamente universal e pessoal — entre o paladar e a memória.
A dupla Filipe Melo e Juan Cavia (Os Vampiros, As Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy) reinventa-se mais uma vez, explorando novos territórios narrativos e visuais em Comer/Beber.
A dupla Filipe Melo (n. 1977) e Juan Cavia (n. 1984), um português o outro argentino, um argumentista o outro ilustrador, voltam a reunir-se. Este inesquecível livro surge após o convite da revista Granta. Ambos os contos estiveram para ser incluídos na edição nº 9 da Granta. Por um feliz atraso apenas ”Sleepwalk” foi publicado nessa revista.
Os dois contos são apresentados num formato menor do que A5 o que confere mais intimidade, mais proximidade das duas narrativas com as suas personagens. Os argumentos – entre o verídico e o ficcionado -, são relembráveis intemporalmente. O desenho de Juan Cavia é excepcional com as cores a acentuarem a caracterização dos ambientes e a emoção das personagens. Concluindo, em vez de "Comer Beber" o livro deveria ter o título "Beber Comer"… No final uma das melhores leituras de 2019.
NOTA: uma referência a Nadia Schilling - co-autora do argumento de "Majowski" a história do seu bisavô. O álbum "Above the Trees" tem sido ouvido repetidamente. A qualidade da música, das letras e dos vídeos é "qualquer coisa de inesquecível"...
Não me canso de recomendar os livros destes dois autores, o Filipe Melo a escrever e o Juan Cavia a desenhar. É um livro com dois contos, que não é um género fácil, mas eles saíram-se bem. O primeiro conto é passado na segunda guerra mundial, em Berlim, e tem como protagonistas um casal de polacos. O segundo conto parece passado numa qualquer cidade perdida atrás do sol posto nos EUA.
Gostei muito do primeiro conto mas parece parece algo fragmentado, quadros soltos que contam uma história - fez muito mais sentido quando li o texto da "contadora" da história. A segunda história é perfeita, redonda e completamente "ficcionada", parece que estamos a ver uma pequena curta-metragem. A arte em ambas histórias - e como em todos os trabalhos deles - é maravilhosa, tem quadros lindíssimos. Para mim, não será o melhor trabalho dos autores mas, naturalmente, vale muito a pena...e não é o melhor porque o formato de conto é curto, gostava de ver a primeira história muito mais desenvolvida, por exemplo, e porque não sei se o formato A5 faz jus à história e à arte mas entende-se a opção.
Foi uma óptima forma de começar as leituras em 2018, não me lembro de uma opção que pudesse ser melhor. Estes dois autores figuram no meu TOP de autores preferidos da actualidade e espero que seja uma parceria para durar largos anos. Quem gostar do género pode ler sem receio, até ver, Filipe Melo e Juan Cavia são sempre uma aposta segura.
Dois contos, um baseado em factos verídicos e outro ficcionados, mas absolutamente deliciosos. Adorei ambos, mas o Comer tocou-me particularmente. A arte é absolutamente lindíssima!
Vejam a minha opinião mais detalhada em vídeo, AQUI.
Duas pequenas histórias terríveis, mas tocantes. Argumentos simples que têm em comum a dignidade e humanidade dos seus protagonistas.
A primeira é baseada na história de Franz Majowski que guardou, no cofre do seu restaurante em Berlim, uma garrafa de champanhe. Na segunda história, um homem atravessa os EUA, em busca de uma tarte de maçã.
Esta dupla não desilude. As histórias do Filipe Melo surpreenderam-me e, como sempre, deliciei-me com a arte de Juan Cavia. As cores, o traço, as emoções tão bem expressas nos seus desenhos, fazem-me sempre voltar ao início e observar todos os pormenores com mais detalhe do que na primeira leitura.
tudo o que Filipe Melo e Juan Cavia publicarem, deem-me. eu preciso.
eles são oficialmente os meus autores favoritos de novelas gráficas e sei que irei amar qualquer coisa que decidirem publicar. já me ouviram dizer esta frase tantas vezes... mas se fosse uma lista telefónica, uma de compras? Iria haver choro, riso, todo um conjunto de emoções.
em comer/beber, tal como o nome indica, são nos contadas duas histórias: uma sobre comer e outra sobre beber, sendo que uma delas é baseada numa história verídica. contudo, apesar de terem duas premissas diferentes, ambas são de derreter o coração. o primeiro conto é passado na 2ªguerra mundial em berlim e o outro, o de ficção, é passado nos estados unidos. embora tenha adorado os dois, penso que o segundo seja o meu favorito pela forma como está desenvolvido. é perfeito e comoveu-me muito. tenho pena que o primeiro seja tão curto.
falo sempre das ilustrações de Juan Cavia e nesta novela gráfica não foram exceção. adoro o seu trabalho como ilustrador e toda a palete de cores utilizada confere à obra uma dimensão emocional ainda maior. de todos este é capaz de ser o que gosto menos, talvez por se tratarem de histórias de menor dimensão. ainda assim, não deixo de o recomendar!
São autênticas obras de arte os livros destes dois!!! Aqui estão duas obras tocantes. Contadas com as imagens e as palavras certas. A complementaridade entre o desenho e as palavras é de uma harmonia desarmante. As histórias de tão bem conseguidas, tocam-nos como muita literatura não consegue. Em comum as duas histórias têm um subtil elogio ao paladar, ao prazer básico e primário, que nos pode transportar para uma realidade outra, menos dura, mais humana. É através do estímulo às papilas gustativas, que se valoriza a relação, o vínculo, como se simbolicamente nos revelasse a essência da vida.
Comecei a ler sem ter lido a sinopse. Não estava à espera de encontrar um livro tão curto, mas ainda assim valeu a pena. Há qualquer coisa nos tons usados e nas ilustrações que me faz ficar absorvida logo nas primeiras páginas.
São duas histórias simples, com argumento de Filipe Melo e os desenhos, que adoro, de Juan Cavia. Uma das histórias é verídica, sobre uma garrafa de champanhe e um restaurante na Polónia ocupada pelos nazis (beber). A outra sobre uma tarte de maçã e a última refeição de um condenado à morte (comer). As duas maravilhosas.
Aqueles que não desiludem. Ilustrações incríveis, texto com uma simplicidade arrebatadora em duas histórias que nos prendem do início ao fim. Quando o Filipe Melo e o Juan Cavia se juntam sabemos que o resultado é poético, e neste livro isso não é excepção.
O argumento é simples e directo. Neste livro temos dois pequenos-grandes contos, o primeiro baseado em factor verídicos e o segundo ficção. São ambos excelentes, de uma beleza singela, retratam ambos emoções fortes que nos tocam de forma subtil mas que se entranham e ficam na nossa memória. Adorava ter banda sonora para acompanhar cada um deles porque me pareceu estar a ver uma curta-metragem.
Recomendadíssimo a todos os que gostam de ilustração e aos que não gostam também. Filipe Melo é um mestre!
Gostei muito mais do que estava à espera. A simplicidade das histórias não deixa de parte a carga dramática de ambos os temas, muito diferentes entre si, mas cujo paladar e a memória as interliga. Não ficamos indiferentes no fim. Arte, em todo o seu traço e cor, belíssima, como sempre. (Estou cada vez mais fã da dupla Melo/Cavia.)
Já tinha lido o “Balada para Sophie” e por isso fiquei com esta dupla debaixo de olho. Estas 4 estrelas são na verdade 5, porque estes 2 contos em nada desiludem! Desde a um deles ser baseado em factos reais, à arte, às cores, aos balões e até mesmo quando as pranchas não são acompanhadas de balões… está lá tudo. Então porquê as 4 estrelas? Porque queria mais. Não me perguntem qual dos 2 contos gostei mais, pois ambos me conquistaram à sua maneira. Conseguem passar um sentimento de “frieza” e “crueldade” e no entanto, aquecer nos lugares certos. Pequenino mas poderoso!
Há males que vêm por bem. Possivelmente, se estas pequenas histórias tivessem ficado prontas a tempo de serem publicadas na Granta, já não seriam publicadas a título próprio.
O livro é composto por duas histórias, uma baseada em factos reais e outra ficcionada. Vou ter de concordar com a maioria das opiniões: a história ficcionada é a que mexe mais connosco enquanto seres humanos. Mas vou deixar ao vosso critério ;)
Vale a pena ler e apreciar estas pequeninas pérolas.
O "casamento" deste autor com este ilustrador não poderia dar "filhos" mais bonitos! Que venham muitos mais porque eu cá estou para os apreciar!
Então, duas histórias diferentes fazem parte desta Graphic Novel e o título está directamente relacionado com elas e só ele as une. Nada mais possuem em comum. Mas mais uma vez, uma simbiose perfeita entre a palavra e a ilustração.
A primeira foi criada em torno de uma história verídica, baseada na vida de Franz e Frieda Majowski, donos de um restaurante que se vê inundado de nazis após a ocupação da Polónia pela Alemanha. É uma história de resiliência humana onde uma garrafa de champanhe tem um papel principal! ;)
A segunda, é a história de um filho, de uma mãe e de uma tarte de maçã. Amor e dor muito forte e muito cru. Aproveitem e vejam a curta metragem inspirada nesta história. É tão maravilhosa! Se quiserem experimentem fazer a Tarde de Maçã. A receita vem no final do livro.
Filipe e Juan conseguem como ninguém contar histórias gráficamente e acrescentar pequenos detalhes que mexem com as nossas emoções. Comer e beber são duas pequenas histórias: uma de um polaco entre 1933 e 1944, e outra passada nos EUA. Em ambas, conseguem relativizar a importância das pequenas coisas e fazer-nos perceber que por vezes o que realmente interessa são as coisas acessórias é que essas podem ter bem mais importância do que as questões mais funcionais e objectivas da vida. O grafismo de Juan Cavia já é uma fase bem mais elaborada do que em Dog Mendoza e Pizza Boy, nomeadamente nota-se mais segurança e menos ansiedade nos traços e nas cores. Não é a sua melhor obra, mas vale a pena ler!
Apesar da pequenez do volume, em dimensões e em número de páginas, continuamos a encontrar neste “Comer / Beber” aquilo que esta dupla vencedora faz de melhor.
Duas histórias, curtas mas de enorme grandeza nos temas que abordam, não só naquilo que dizem mas também no que fica por dizer. De um lado a história de um casal de origem polaca que emigra para a Alemanha onde consegue abrir um restaurante de luxo que em plena segunda guerra mundial começa a ser bastante frequentado pela escumalha nazi. Uma garrafa de champagne acaba por ganhar destaque logo em seguida. Na segunda história viajamos até aos EUA e seguimos a longa viagem de um polícia em busca de uma fatia da tarte de maçã perfeita.
Duas premissas distintas com o tema da comida em comum. A primeira baseada em pessoas reais e factos verídicos e a segunda ficcional mas igualmente poderosa. Argumento maduro, embora de poucas palavras e ilustrações com a qualidade a que Juan Cavia já nos habituou. Histórias curtas porém bonitas e cheias de significados.
Embora goste muito de tudo o que este livro tem para oferecer, fiquei com pena das histórias não terem sido um pouco mais desenvolvidas porque a mim apetecia-me mais.