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400 pages, Paperback
First published January 1, 1940
O estilo narra com leveza desafios históricos, tais como o seguinte: os gregos, para quem a Geometria era uma alegria e a Álgebra um mal necessário, rejeitaram os números negativos. Incapazes de enquadrá-los em sua Geometria, incapazes de representá-los em figuras, os gregos não os consideravam como números em absoluto(...) Não sendo tão conhecedores de Geometria, os chineses e hindus não tiveram nenhum escrúpulo com números que não podiam representar em figuras.
Esse estilo irreverente e anedótico fez escola, como encontramos em A janela de Euclides de Leonard Mlodinov (o original é de 2001) na contextualização do salto que os gregos realizariam a partir das práticas egípcias: Tales deu a Pitágoras a sugestão de Greeley, mas em vez de mandar o jovem para o oeste (o autor se refere à corrida do ouro na Califórnia), Tales recomendou o Egito.
O capítulo sobre as diversas geometrias é ainda atual. Escrito antes das fotos da vista da Terra pelos astronautas. Os autores não saberiam que vinte anos depois teríamos imagens da forma esférica de nosso planeta. Embora toda pessoa inteligente saiba que a superfície da Terra é curva e qualquer navegador use esse saber na sua prática, alguns até hoje pensam que nossas linhas retas são traçadas em um plano com curvatura zero. Quando os autores publicaram o livro, o último teorema de Fermat ainda não havia sido provado, o que somente aconteceu em 1995. Apesar disso, é um livro que apresenta os conceitos fundamentais da matemática sem subestimar o leitor leigo. Recomendo papel e lápis para ir praticando durante a leitura. Novas concepções aguardam quem confunde infinito com ilimitado ou não distingue o impossível matemático do impossível em Física.