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Revisão de Textos > Que critérios adoptar quando se revê um texto?

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message 1: by S. (new)

S. (passarinho) Tal como indica o título, quais são os critérios que adoptam quando revêem um texto?
-O que costumam avaliar? E como?
(ex. pontuação, ritmo, vocabulário)
- São imparciais? Ou deixam que os vossos gostos pessoais influenciem a vossa crítica?


message 2: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Olá Su!
Obrigada por me adicionares neste grupo.
Estas iniciativas são sempre muito boas para quem escreve.

Tenho feito algumas revisões de textos a pessoas que mo pedem e tenho um bocado a tendência de ser algo mesquinha. Não sei até que ponto poderá ser bom.

Quando se olha para um texto no sentido de o corrigir ou criticar, não é com os mesmos olhos que o lemos, não é, certamente, com olhos de leitores que o lemos. Até onde ir? Será que a pessoa vai ficar magoada?

De qualquer maneira, se nos pedem uma revisão, as pessoas devem estar preparadas para receber críticas. A maneira como criticamos deverá ser sempre construtiva.

A imparcialidade existe, requer é muito treino. Mas podemos tentar sempre ressalvar o facto de que parte do que estamos a criticar advém do nosso gosto.


message 3: by S. (new)

S. (passarinho) Não é preciso agradecer =)
A criação do grupo esteve a cabo da Maria. Eu venho ajudar a dinamizar!


message 4: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Su wrote: "Não é preciso agradecer =)
A criação do grupo esteve a cabo da Maria. Eu venho ajudar a dinamizar!"


Bom, é uma excelente ideia!! :)


message 5: by Maria (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
Adoa wrote: "Olá Su!
Obrigada por me adicionares neste grupo.
Estas iniciativas são sempre muito boas para quem escreve.

Tenho feito algumas revisões de textos a pessoas que mo pedem e tenho um bocado a tendên..."


Concordo contigo Adoa, é muito difícil ter imparcialidade, e às vezes simplesmente não conseguimos ter.

Penso que, quando revemos textos temos de ter em conta as ideias ou sentimentos que são transmitidos através deles e aí entender o que nos quis transmitir. Corrigir claro, quando as frases não fazem sentido, mas nunca retirar o sentido do texto/conto.

Espero que partilhes alguns textos aqui, Adoa, e que te divirtas!


message 6: by Maria (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
Falando por mim, costumo observar a pontuação, o vocabulário e costumo aplicar anáforas, catáforas e elipses para tornar o texto mais "leve".


message 7: by Maria (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
E tu, Su, que critérios achas que devemos ter quando revemos um livro ?


message 8: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Já me estou a divertir e a conhecer pessoas de muito valor!

Ainda há poucos dias tive uma conversa escrita com pessoal do Facebook sobre crítica. Foi muito interessante.
Há vários textos e livros no Scribd sobre o tema escritos pelo Bloom Harold. (Que ainda não tive o prazer de ler... Ups!) Mas que recomendo.

Há uma coisa que gosto muito de observar quando corrijo algo - se tudo bate certo. Se a estrutura está correcta. Se há coerência em tudo.


message 9: by Maria (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
A coerência é algo fundamental - concordo - mas também a coesão. Não podemos encher o texto com palavras repetidas ou então cansamo-nos de o ler.


message 10: by S. (new)

S. (passarinho) Maria wrote: "E tu, Su, que critérios achas que devemos ter quando revemos um livro ?"

Bom, tento ser imparcial na medida do possível. Há um ou outro género literário que não gosto mesmo e daí que prefira não rever esses textos. O meu gosto literário é bastante ecléctico, mas claro que tenho preferências.

Depois tento abranger vários aspectos: as diferenças de ritmo na história, a tal coerência e coesão que vocês já referiram, a ortografia, a gramática, o vocabulário usado.

Quando me pedem uma revisão mais profunda, confesso que sou muito mais minuciosa, mas procuro sempre ser útil com a minha crítica, e além de apontar o que precisa de melhorar, também costumo apresentar sugestões.


message 11: by Claudia (new)

Claudia | 33 comments Rever os textos é muito complicado e é tarefa que menos gosto de fazer.

Agora ao corrigir o meu livro 1 tenho-o impresso em papel. Primeiro faço uma leve leitura com uma caneta vermelha, depois vou pro pc e faço uma primeira correcção. Depois leio em voz alta para ver se me soa bem.

É dificil corrigir porque quando somos nós a escrever é dificil achar erros porque estamos muito envolvidos com a história.


message 12: by Maria (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
Claudia wrote: "Rever os textos é muito complicado e é tarefa que menos gosto de fazer.

Agora ao corrigir o meu livro 1 tenho-o impresso em papel. Primeiro faço uma leve leitura com uma caneta vermelha, depois v..."

E quando tens que rever textos de outras pessoas? O que fazes?


message 13: by Claudia (new)

Claudia | 33 comments Escrevo em papel ao lado do texto o que vou pensando(é o que gosto que me façam. Comentários do estilo "derreti-me aqui" ou "ai o susto que me pregaste!" ou "Devias descrever mais isto"), confesso que nao ligo à correcção do português que não é de todo o meu forte .


message 14: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments Eu costumo ter uma grelha:

HISTÓRIA:
Tem momentos clichés?
Está bem organizada?
Tem um ritmo lento/ rápido?
Apresenta algum tipo de inovação para o mercado?

PERSONAGENS:
São estereotipadas?
Existe tempo para amadurecer a relação entre as personagens?
Estão bem desenvolvidas?
Tem personalidade própria?

TEMAS:
Existe algum tema abordado? (homossexualidade, fome, guerra, religião, criticas à sociedade?)

SIMBOLISMO:
Existe algum simbolismo específico? (morte, vida etc)

ESCRITA:
Apresenta erros ortográficos?
Tem influência anglo-saxónica na construção das frases?
Reflecte uma personalidade própria do autor?
Faixa etária é restrita?

E depois vou colocando cruzes e comentários extra


message 15: by Maria (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
Adeselna wrote: "Eu costumo ter uma grelha:

HISTÓRIA:
Tem momentos clichés?
Está bem organizada?
Tem um ritmo lento/ rápido?
Apresenta algum tipo de inovação para o mercado?

PERSONAGENS:
São estereotipa..."


Acho que é a primeira vez que veja um grelha :). Está bem feira ehehe


message 16: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Adeselna wrote: "Eu costumo ter uma grelha:

HISTÓRIA:
Tem momentos clichés?
Está bem organizada?
Tem um ritmo lento/ rápido?
Apresenta algum tipo de inovação para o mercado?

PERSONAGENS:
São estereotipa..."


Que organizada!
E as excepções?
Funciona também para essas?


message 17: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments Que excepções?


message 18: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Adeselna wrote: "Que excepções?"

Há sempre!


message 19: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments Por isso é que a grelha tem um pouco de tudo ;) Não dá para fugir, é sim ou não - Se tem momentos clichés e está mal organizada e as personagens são estereotipadas significa que há muito a trabalhar ;)


message 20: by Patricia (new)

Patricia (patriciagrade) | 15 comments Adeselna wrote: "Por isso é que a grelha tem um pouco de tudo ;) Não dá para fugir, é sim ou não - Se tem momentos clichés e está mal organizada e as personagens são estereotipadas significa que há muito a trabalha..."

Desculpem intrometer-me, mas não concordo muito com o conceito de grelha numa revisão. Embora possa parecer uma boa forma de nos mantermos organizados, é muito redutor, é um espartilho com o qual talvez se mate uma boa história.
Para além do mais, sem uma boa personagem estereotipada, como se pode aprofundá-la ao longo do enredo?
Um estereótipo é uma óptima forma de se introduzir uma personagem, que depois se vai trabalhando...
As excepções, como bem recorda a Adoa, são o que por vezes eleva uma história banal a um história genial. Olha só o Harry Potter, queres personagens mais estereotipadas? O Harry começa por ser um rapaz normal, até quase medíocre, infeliz, órfão, criado por tios que o preterem em favor do primo e acaba por ser o herói.
Onde é que a história começa a ser genial? O estereotipo revela-se mais do que estereótipo e mais do que heroi - ele é humano. A J. K. soube torná-lo um de nós, apesar de completamente diferente!
Por isso é que eu acho que as tabelas destroem, quando quem revê não vê para além delas...
O revisor é acima de tudo um poeta, tem de ver a alma da história e depois, ao invés de destruir, tem de construir todos os outros universos possíveis que o autor pode escolher abarcar ou não...

Mas isto é apenas a minha opinião...


message 21: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments Por acaso há quem defenda que o Harry Potter é um livro medíocre por causa disso mesmo (eu só li 3 e achei bons dentro do género). Penso que o Harry Potter como tem uma simbologia e várias coisas escondidas serve para aumentar uns pontos. Mas por exemplo os livros light estilo Sherrilyn Kenyon, não me vão dizer que é "bom", porque as personagens para além de estereotipadas, a história é copy/paste de dentro da série e de outros livros. Eu acho que a função de um revisor é ajudar o autor a ir mais além, destruir o que é preciso destruir e criar algo mais. Já me cortaram páginas de contos para eu refazer, mas foram destruídas para se erguer algo melhor! Por isso é que nenhum autor pode ser revisor/editor de si próprio. Enquanto autores tentamos erguer algo o melhor possível, enquanto revisores/editores tentamos alcançar algo mais :)


message 22: by Ambar (new)

Ambar (ambarcf) Er...se eu precisasse de implicar com um dos itens da lista da Adeselna, estereótipos não seria por onde começaria, pois isso uma personagem ou é, ou não é. (Uni-dimensional seria talvez uma melhor palavra.) Confesso que não entendo para que são precisos três itens nas personagens que no fundo vão bater no mesmo: Se uma personagem não é um estereótipo, automaticamente deverá estar bem-desenvolvida. Se uma personagem está bem desenvolvida, ter personalidade própria é parte disso.

Só por curiosidade, o que entendes tu por influência anglo-saxónica na construção das frases? Eu li isso como meter expressões claramente traduzidas do Inglês no meio do texto, mas gostaria de saber a tua definição.


message 23: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments "meter expressões claramente traduzidas do Inglês no meio do texto, mas gostaria de saber a tua definição." Não só, quando leio alguns livros escritos por jovens portugueses nota-se que usam a estrutura: por exemplo ela era uma bonita mulher, quando devia de ser ela era uma mulher bonita, que vem claramente do inglês "a pretty woman" ou até do alemão ^_^ entre outros.


message 24: by Ambar (new)

Ambar (ambarcf) Hmm, interessante (embora isso do mulher bonita, bonita mulher fique ela por ela, pois ouço um com tanta frequência como o outro.) Parto do princípio de que consideras isso algo negativo?


message 25: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments Se escrevers português, escreve direito. Eu as vírgulas quero lá saber, acho que quando as pessoas mandam vir com o Saramago por causa das vírgulas é mesquinhez, agora eu não gosto nada do David Soares, mas tenho de admitir que o rapaz escreve bem em português (o que é raro). E acredita já revi contos com pessoas que nem verbos sabiam conjugar em português.


message 26: by Ambar (last edited Apr 06, 2012 08:35AM) (new)

Ambar (ambarcf) *horror* Pontuação adequada não é opcional! Isso da estrutura ainda se consegue disfarçar com a desculpa de que o autor está a tentar empregar anástrofes. Agora que seja mesquinhez implicar com frases de trinta metros que têm vírgulas a substituir praticamente todos os sinais de pontuação normais, essa não entendo. Ninguém está aqui a negar o talento do Saramago (não posso falar pelo David Soares porque nunca li nada dele), mas faz-me imensa comichão que todos os livros do senhor precisem de ser recomendados com um "Ai, depois habituas-te ao estilo de escrita!" pegado.


message 27: by Adeselna (new)

Adeselna (adeselnaferreira) | 19 comments Não posso falar por essas pessoas, porque nunca estranhei o estilo de escrita dele XD Sempre os achei de fácil leitura :P Eu coloco vírgulas à la alemã ou então leio alto e vejo onde é preciso pausa. Mas também vamos lá que a grelha tem imensas coisas e ajuda só a guiar e a organizar, senão é fácil perder a rever um livro de 300 páginas


message 28: by Ambar (new)

Ambar (ambarcf) Estou a rever dois desses, mas grelhas...não me ajudam.


message 29: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Há matemáticos que tentam fazer uma fórmula que explique o Mundo... Há teóricos que fazem listas de tudo e mais alguma coisa.

Só uso personagens estereotipados e uso clichés qb. Tudo tem o seu propósito numa história, depende da história e do que se quer transmitir. E pode ser de extrema importância esse uso.

O que me veio logo à cabeça quando li a lista aí, em cima foi quando o professor do "Clube dos Poetas Mortos" pede aos alunos após começarem a ler o livro de poesia do ano lectivo...

Os poemas, os livros, os filmes são vida, não podem simplesmente ser medidos com fitas métricas.


message 30: by Claudia (new)

Claudia | 33 comments Eu nao gosto de grelhas, gosto de escrever livremente e ir onde a história me leva! :)

No meu livro 2 coloquei algumas frases em inglês pq ela estava a ouvir uma musica em inglês que a estava a irritar.eheheh


message 31: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Quando se nota alguma coisa, quando algo sobressai, é porque o livro ou filme não está bem. Logo por aí se pode perceber. Quando vejo um filme e reparo na música, em qualquer personagem e não na unidade, é porque algo está mal. Mas pegar numa grelha à partida é estar a partir do princípio de que a obra que estamos a ler/ver, está mal. Até porque não estamos a dar hipótese à obra de estar bem.
Eu gosto muito de falar sobre filmes porque é mais fácil de perceber a estrutura de uma obra.
ao ler um livro é mais fácil estarmos atentos a todos os pormenores. Mas nunca poderá ser uma grelha a dizer-nos o que está bem ou não. Pode acontecer um livro estar como uma grelha "dita" e não prestar. O que faz uma obra são mesmo as pessoas.


message 32: by Maria (last edited Apr 11, 2012 01:11PM) (new)

Maria (Maryaha) | 201 comments Mod
Adoa wrote: "Quando se nota alguma coisa, quando algo sobressai, é porque o livro ou filme não está bem. Logo por aí se pode perceber. Quando vejo um filme e reparo na música, em qualquer personagem e não na un..."

Concordo com a Adoa, às vezes quando notamos em algo muito específico é porque isso está mal, temos que ver o filme ou ler o livro num todo, quando está "perfeito".

Mas penso também que cada um tem a sua maneira de rever um texto :)


message 33: by Ambar (new)

Ambar (ambarcf) "Mas pegar numa grelha à partida é estar a partir do princípio de que a obra que estamos a ler/ver, está mal. Até porque não estamos a dar hipótese à obra de estar bem."

Er, o quê? Que eu saiba, uma grelha (se formos pela da Adeselna, que parece estar na origem desta discussão) dá-nos duas possibilidades, "Sim" e "Não". De onde veio isso de não estar a ser dada à história a hipótese de estar bem? Posso nunca ter sido forte a estatística, mas isso dá-nos 50/50 para cada item. Não estamos a condenar algo à partida ao tentar ver se ela contém X ou não.

Agora eu, pessoalmente, não me dou bem com grelhas quando se trata de revisão. Acho-as úteis antes de começar a escrever, porque sou daquelas picuinhas que esquematiza a história ao milímetro de antecedência. (E depois acaba por fazer mil e um ajustes pelo meio, mas isso não tem relevância aqui.) O meu rever consiste em pegar numa ponta do texto, lê-lo todo sem emendar nada, corrigir as falhas das partes que se encontram minimamente decentes e reescrever a outra metade. O que depois repito o número de vezes suficiente para ficar satisfeita com o resultado. O que é nunca.


message 34: by Inês (new)

Inês Montenegro | 6 comments Conforme vou lendo a história, vou apontando as coisas que me chamam a atenção, quer pela negativa, quer pela positiva, variando desde a construção e apresentação das personagens, construção frásica, repetições excessivas, falta ou excesso de descrição, pontuação, ortografia, cliches e em especial a forma como o autor lidou com os mesmos, a capacidade de apreensão que transmite... Outras que surjam.
O gosto pessoal é muito difícil não enfiar o seu bedelho, mas tendo consciência disso tento controlá-lo de forma a uma revisão justa. E sempre educada.


message 35: by Adoa (new)

Adoa Coelho (adoacoelho) | 53 comments Moggo wrote: ""Mas pegar numa grelha à partida é estar a partir do princípio de que a obra que estamos a ler/ver, está mal. Até porque não estamos a dar hipótese à obra de estar bem."

Er, o quê? Que eu saiba, u..."


Vou explicar!
Há poucos anos tive uma médica que teve a sobriedade de me dizer que indo uma pessoa a vários especialistas, cada qual seria capaz de descobrir uma coisa qualquer em nós.
É assim que funcionam as listas, queremos descobrir o que um livro pode ter dela que vamos descobrir de certeza. A parcialidade fica de lado sem nos apercebermos.


message 36: by Manuel (new)

Manuel Alves (manuelalves) | 11 comments Eu tomo notas à medida que avanço na leitura do texto a rever. Separo aspectos (que eu considero) positivos/negativos e anoto-os pela ordem que surgem na leitura. Se um dos reparos se repetir com frequência deixo de anotar cada ocorrência e encerro a respectiva anotação com a menção da repetição recorrente. Se o texto é meu, estudo as notas para saber o que manter e o que alterar. Se o texto é de outra pessoa, o resultado da revisão depende daquilo que o/a autor/a da revisão pretende: apenas a identificação de aspectos positivos/negativos das várias partes (história, personagens, uso da linguagem); sugestões específicas de melhoria; opinião geral situada entre o gosto e o não gosto...
Apesar de cada história ser diferente (ou de os autores gostarem de pensar que sim), no geral, todas as histórias, independentemente do género, possuem uma estrutura básica comum identificável e sem a qual dificilmente serão consideradas boas histórias (esqueçamos a possibilidade de o conceito de "boa história" ser relativo). Assim, cada revisão necessita de se ajustar à respectiva história. Neste sentido, não importa (a meu ver) se o/a revisor/a usa grelhas ou não. Quem usa grelhas, e o faz adequadamente, tem perfeita noção da maleabilidade dos pontos a considerar e sabe que alguns nem sequer serão aplicados a certas histórias (que, por alguma razão, ganham estatuto de excepção àquilo que é entendido por norma). Quem não usa grelhas directamente, ainda que pense não o fazer, de certo modo, tem uma grelha mental na cabeça, caso contrário teria sérias dificuldades em identificar os aspectos a considerar na revisão. Estas grelhas mentais (chamemos-lhes isso) são, talvez, mais instintivas e flexíveis mas não deixam de estar lá a fazer o seu trabalho. Qual o método melhor? A resposta é a óbvia: aquele que se adequar melhor ao/à revisor/a. :D
No fim, para o/a autor/a do texto, o que interessa mesmo é a qualidade e eficácia da revisão. Interessa o resultado e não o método.


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